Desde o seu surgimento, o Mercosul ainda divide opiniões tanto na iniciativa pública quanto privada. O comércio dentro do Mercosul apresentou crescimento interessante nas últimas décadas. A maior parte das exportações brasileiras para o bloco é composta de produtos industrializados, quebrando o paradigma de que o Brasil é somente exportador de matéria-prima. Por outro lado, há ainda muitas críticas ao bloco, alegando que o crescimento do Mercosul e a integração econômica poderia ter sido muito maior desde então. Muitos especialistas afirmam que há ainda muitas barreiras políticas e tarifárias que acabam dificultando a livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, uma das principais diretrizes do Mercosul.
O Mercosul iniciou em 1991 como uma estratégia de fomento econômico, político e cultural entre os países da América do Sul, liderado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. O bloco é subdividido em 2 grupos: os Estados Parte e os Estados Associados.
Atualmente, a Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela, compõe os Estados Parte. Entretanto, em 2016, devido à crise política e humanitária na Venezuela, o bloco suspendeu este país do Mercosul como forma de pressão e retaliação ao polêmico regime de Nicolás Maduro. Os Estados Associados do bloco são compostos por Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname.
As principais metas do Mercosul são:
· Promover a circulação de bens, serviços e fatores produtivos, por meio da isenção do imposto de importação de produtos com origem nos Estados Parte e Associados;
· Facilitação dos negócios entre os países através de uma classificação de mercadorias padronizada – Tarifa Externa Comum;
· Criação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os Estados Partes, catalisando o desenvolvimento em áreas de interesse comum;
· Harmonização de legislações em áreas de interesse para alavancar o fortalecimento do processo de integração econômica e comercial.
Nesta coluna, compartilharei 4 vantagens de realizar comércio com o Mercosul:
1 – Comercialização de produtos fabricados por membros do Mercosul sem impostos de importação
No dia a dia das empresas brasileiras, a maior vantagem ao exportar para Estados Parte e Associados do Mercosul, é que os produtos fabricados no Brasil, podem entrar nos países parte e nos países associados, sem a incidência do imposto de importação, gerando uma redução de custos na importação realizada pelos países parte ou associados do Mercosul.
2 – Logística mais rápida e mais barata e menor necessidade de estoque
Com a maior proximidade dos países do Mercosul, as distâncias percorridas no transporte de mercadorias são normalmente menores. Assim, a necessidade de reposição de estoque fica menor e mais barata, quando comparada às importações da Ásia e Europa, por exemplo. Com a possibilidade de reduzir o estoque de segurança, as compras podem ser menores e desta forma, o capital de giro necessário nas importações também diminui.
3 – Linhas de crédito para comércio no Mercosul
Acordos entre bancos de desenvolvimento de Estados Partes e Associados, visam a criação de linhas de crédito específicos para empresas que comercializem produtos dentro do bloco, fortalecendo a integração econômica do mesmo.
4 - Integração nos processos de importação e exportação
Busca constante de desburocratização e maior agilidade no comércio internacional entre os países do Mercosul. Um exemplo é um projeto que visa validar as assinaturas digitais nos certificados de origem digitais em transações comerciais entre Estados Parte, simplificando assim seus procedimentos comerciais.
Nestes momentos de crise econômica, a informação passa a ser uma das principais chaves de sucesso. Por isso, é importante que as empresas conheçam o perfil do seu negócio, e estejam sempre atentas a tudo que as cerca. O entendimento das vantagens no comércio entre os países do Mercosul, pode gerar alternativas interessantes para superar as dificuldades e para ter sucesso na expansão comercial.
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